A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

MOINHOS DE VENTO REAGE COM ALERTAS CONTRA ONDA DE CRIMINALIDADE


ONDA DE CRIMINALIDADE. Adesivos espalham alerta pelo bairro - LUÍSA MEDEIROS, ZERO HORA 27/10/2011

Cansados da impunidade e assustados com a onda de assaltos no Moinhos de Vento, 30 publicitários que atuam na região resolveram dar seu recado de forma criativa. Imprimiram 2 mil adesivos com frases alertando para a falta de segurança e distribuíram no bairro na semana passada.

A iniciativa ganhou não somente as ruas, mas também a internet, fazendo muito barulho nas redes sociais. A hashtag #segurançanomoinhos rendeu muitos adeptos no Twitter, assim como as imagens dos adesivos colados pelo bairro circularam no Facebook.

– Preferimos ficar no anonimato, pois no momento em que distribuímos os adesivos, muitas pessoas colaram em placas de trânsito ou locais indevidos, prática que não incentivamos mas que também não podemos impedir – diz um dos organizadores do movimento.

De acordo com o titular da Delegacia de Polícia Regional de Porto Alegre (DPRPA), Cleber Moura Ferreira, os crimes que mais preocupam são o furto e o roubo de veículos e já está em andamento uma estratégia de combate ostensivo para diminuir os índices, em parceria com as delegacias locais.

– Em relação aos crimes em geral, não é possível afirmar que há um crescimento expressivo na região. Houve crescimento, mas houve em todas as áreas e estamos trabalhando para identificar quem pratica esses crimes. Queremos tirá-los das ruas e, assim, diminuir as estatísticas – afirma.

A proximidade com as datas festivas de final de ano, diz o delegado, também está mobilizando o efetivo policial, pois essa é uma época de aumento dos índices de criminalidade. Operações específicas já estão em andamento na região, garante Cleber Ferreira.

Nem na pracinha se está a salvo

“Eu estava chegando à Praça Doutor Maurício Cardoso em um final de tarde de domingo, com duas crianças, para brincar na pracinha. Já tinha saído e fechado o carro quando dois homens se aproximaram. Um deles levantou a camisa para mostrar a arma enquanto o outro pegou a minha bolsa, ordenando que eu saísse de perto com as crianças e segurando a arma em tom de ameaça, mas não apontou a arma para nós. Eles não nos agrediram, entraram no carro e fugiram. Na hora, eu não pensei em outra coisa a não ser proteger as crianças – levei elas para a pracinha, para que fossem brincar, disse que tinham dado um susto na gente, e que não ficassem com medo de voltar na pracinha. Mas elas viram o que aconteceu. A sensação que eu tenho, além de total impotência, impunidade e insegurança, é de que não há mais maneira de se ter inocência na infância – elas sabem o que aconteceu, não dá para esconder. Não tem mais hora e nem lugar, era um dia lindo e a praça estava cheia de famílias e de crianças. É uma situação horrível.”

Relato de uma moradora da região, de 34 anos, que prefere não se identificar.

Depoimentos assustados

O depoimento assustado da moradora recentemente assaltada no bairro Moinhos de Vento reflete o clima de insegurança que têm vivido as mulheres da região. A 3ª Delegacia de Polícia Civil, responsável pelo policiamento da área, não considera que haja uma onda de assaltos a mulheres. Entretanto, o relato de uma vítima revela outras ocorrências.

– Todos os dias fico sabendo de alguém que foi assaltado ou teve o carro roubado. Dia desses, uma colega teve o carro levado no mesmo lugar que eu, provavelmente pelo mesmo bandido – relata outra vítima, de 49 anos, que teve seu veículo roubado em frente ao local de trabalho, na vizinha Bela Vista.

De acordo com o delegado João Bancolini, titular da 3ª DP, as autoridades sabem das ocorrências, mas a situação não é alarmante. As mulheres, mesmo sendo mais cuidadosas, acabam sendo alvos mais fáceis por serem mais frágeis, pondera Bancolini:

– Posso dizer que coibir esse tipo de ação é uma preocupação da divisão de segurança do município e que está se desencadeando um trabalho nas ruas para amenizar os índices. A prevenção está maior, com o aumento dos índices de prisão.

O importante, alerta o delegado, é estar atento para não se tornar mais uma vítima. Tomar precauções para entrar ou sair de casa, ter atenção a pessoas estranhas – a pé, em motos ou paradas em veículos – próximas ao local onde for estacionar e jamais reagir, são algumas das dicas.

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